Clima
Os primeiros dias após esse episódio foram terríveis, a minha mãe mal falava com a gente, bom, nós três mal nos falávamos. Cada um estava em seu canto vivendo sua própria dor. Fiquei uma semana sem ir à escola, e a minha mãe não reclamou disso, para ser sincera eu não tinha vontade de fazer absolutamente nada. Meu pai somente ligava para mim e para o meu irmão, mas eu não atendia, e como não estava me comunicando devidamente com o meu irmão não sabia se ele atendia essas ligações. Eu sempre corria para a minha querida casa da arvore, e na sexta feira, decidi que estava perdendo o controle das coisas. E que eu estava parecendo um zumbi, não poderia me isolar do mundo por causa dos meus problemas, e eu não queria correr o risco de ficar louca. Bom, desci do meu refugio secreto – secreto porque ultimamente as pessoas daquela casa esqueceram a existência dele – e fui me arrumar para sair. Para onde? Nem eu sabia, só não queria ficar mais naquele lugar. Precisava reencontrar as minhas forças.
Quando terminei de me arrumar, liguei – sem ter sucesso algum – para todos os meus amigos, eles sempre foram difíceis de se comunicar mesmo, e acho que nos últimos dias eles devem pensar que eu estou morta, pois rejeitei todas as ligações deles. Que amiga terrível eu era.
Mas, eu não me intimidaria por isso, resolvi que iria sair sozinha mesmo. Peguei minha bolsa, e desci as escadas ate a sala. D. Rosalie – minha mãe – estava sentada de frente para a parede de vidro que dava de frente para o jardim. Pretendia passar correndo por ali.
__ Esta mais animada isso é bom – Ela disse quase que para si mesma. Não tive certeza se deveria responder.
__ Han...
__ Antes você se arrastava pela casa, agora esta com o passo mais firme – Não havia vida na voz da minha mãe, isso fez com que eu não conseguisse responder. Abri a porta e comecei a andar, me lembrei que ela costumava dizer: Não volte tarde. Era o aviso final. Ela não disse nada... Não, não vou voltar para a minha escuridão, vou tentar pensar em outra coisa. Fui ate o Jack’s era onde a galera se encontrava de sexta. E eu não estava errada estavam todos ali.
__ Olha só quem ressuscitou dos mortos! – Dylan disse, erguendo os braços para me dar um abraço – Você fez falta.
__ Claro que fez – Julie complementou – senti falta da minha melhor amiga, que decidiu se tornar anti-social.
Todos riram menos eu é claro. Todos estavam ali Dylan, Julie, Rob, John e Carly. Meus amigos, eu prestei o máximo de atenção na conversa deles, eles não me obrigaram a falar, me conheciam muito bem, e sabiam quando eu precisava apenas de companhia. Saímos depois, pra dar uma volta, ali perto tinha um parquinho, onde brincávamos quando éramos crianças. Eles correram pra se balançar, e eu fiquei olhando a imagem, como um quadro, tanta felicidade, era estranho esse clima, diferente da falta de vida que eu estava acostumada. Era agradável, eu poderia até me sentir feliz.
__ Esta tendo uma noite agradável? – Era uma voz masculina e desconhecida, veio de trás de mim.
Eu me virei para responder, mas quando o vi, não consegui pronunciar uma palavra sequer.
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